quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Leitura na Escola


Dia desses estava pensando a respeito de um trabalho de leitura que faço com meus alunos, o qual consiste na leitura de um livro por trimestre e que vale uma boa parcela da nota total. O que me surpreende é que muitos alunos preferem ficar sem a nota a fazerem o trabalho ou ainda tentam me ludibriar, inventando respostas ou copiando resumos da internet. Diante disso, uma realidade indisfarçável não pode deixar de vir à tona: o brasileiro lê muito pouco, não tem o hábito da leitura e não gosta de ler.

Então há que se fazer a pergunta que não quer calar: o que é preciso para incentivar o hábito da leitura, para fazer com que o brasileiro leia mais, que se interesse mais pela literatura? A dura realidade é que o jovem brasileiro não se interessa pela leitura. Há muitas outras coisas mais interessantes para ele. Faz-se necessário, que o gosto pela leitura seja estimulado pela escola, pelos pais ou responsáveis por sua educação.

Existem vários culpados da falta desse hábito nos jovens da atualidade, mas o maior deles ainda é a educação que é deficiente e não está fazendo o papel que deveria. 

A educação brasileira está num processo de deterioração. O sistema de ensino sofreu mudanças, nos últimos anos, que ao invés de melhorar o aprendizado do primeiro e segundo graus, tornaram complexos os métodos já existentes e que ainda funcionavam. Antes, era possibilitado ao aluno que fosse alfabetizado na primeira série e se isso não ocorresse, não avançaria para a série seguinte. Hoje, com modificações equivocadas, existem crianças no terceiro ano que não conseguem dominar a leitura e a escrita. 

Verifica-se que a educação, neste país, está caminhando para a falência e não está se fazendo muita coisa para mudar isso, pelo contrário, cada vez mais os governantes inventam “novidades” que só vêm para atrapalhar a aprendizagem. O que interessa mesmo às classes governamentais são os números e não a qualidade do ensino. Se a escola não mudar, se a educação não possuir mais qualidade, essa lacuna que é a falta de tempo, o impedimento de inserir aulas de leitura e interpretação para infundir no aluno em formação o gosto pela leitura, continuará. 

E nossos alunos crescerão sem o estímulo para a literatura, crescerão repetindo que “tem horror a ler” e entrarão na vida adulta e enfrentarão o mercado de trabalho sem qualificação para os “bons empregos”. E, com isso, não terão um bom salário. 

É uma bola de neve: se os pequenos leitores em potencial não aprenderem a gostar de ler, não gostarão de estudar, porque estudar significa ler e, consequentemente, terão que trabalhar mais e ganharão menos, tendo menos tempo e dinheiro para boas leituras. E os filhos deles terão o mesmo destino porque em casa que não têm livros, crianças não são estimuladas a leituras, pois não se gosta de uma coisa que não se conhece. 

Na verdade, precisamos de mais atenção e dedicação do poder público pela educação. Senão tivermos uma educação conveniente, nossos alunos não serão adultos com gosto pela leitura e a praga, aquela que diz que “brasileiro não lê”, continuará a andar em volta de nosso país. Sendo assim, a maneira para fazer com que os brasileiros leiam mais é, acima de tudo, uma educação de qualidade. Necessitamos cobrar isso dos governantes. Ainda existem professores
dedicados e abnegados, mesmo com toda a desqualificação que sofrem, em nossas escolas públicas e que são exemplos ao mostrar sua prática e tentar incentivar seus alunos a ler.

                                                                                           Dorisa Luz

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quinta-feira, 18 de julho de 2013

DITADOS POPULARES:



Muitas vezes utilizamos alguns ditados populares em nosso dia a dia, mas desconhecemos sua origem.
Quer saber como tudo começou?? Então divirta-se...

CHÁ DE CADEIRA – Tem a ver com atraso; com muito atraso. Historicamente, os nobres e fidalgos consideravam-se superiores às outras pessoas. Quando seus súditos queriam alguma audiência, eles eram acomodados em cadeiras e esperavam muito até serem atendidos, pois seus senhores atrasavam bastante para salientar o privilégio de poder fazê-lo. Os empregados, então, serviam chá para essas pessoas, que “mofavam” nas salas de espera, como uma forma de amenizar os longos atrasos. Daí surgiu essa expressão.

CHATO DE GALOCHA – Significa pessoas muito chatas, resistente e insistente. A galocha era um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama. Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente.

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO - Os imigrantes, no século passado, deveriam trazer as ferramentas para o trabalho na terra. Aqueles que chegassem sem elas, ou seja, de mãos abanando, davam um indicativo de que não vinham dispostos ao trabalho árduo da terra virgem. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada. Ele chegou de mãos abanando ao aniversário, significa que não trouxe presente para o aniversariante, que terá de se satisfazer apenas com a presença do amigo.

CHORAR AS PITANGAS - O nome pitanga vem de pyrang, que, em tupi, significa vermelho. Portanto, a expressão se refere a alguém que chorou muito, até o olho ficar vermelho.

COM A PÁ VIRADA - Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio. Mas sua origem tem relação com o instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da "pá virada" tem outro sentido. Ele é O "bom". O significado das expressões mudam muito no Brasil, com o passar do tempo. E aqui está um exemplo.

COLOCAR NO PREGO - A origem dessa expressão vem do fato de que nas antigas casas comerciais – tabernas, empórios, farmácias – existia um prego onde o comerciante espetava as contas de quem pedia para pagar depois. Quando o freguês retornava para quitar a dívida, o dono tirava os papéis do prego, somava os valores e cobrava. Colocar no prego é colocar no pendura, comprar fiado, pagar depois. Ainda hoje alguns comerciantes, que não gostam disso, exibem um cartaz bem visível que avisa: “Fiado só amanhã”.

CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

DA COR DE BURRO QUANDO FOGE – O ditado original era “corra de burro quando (ele) foge”, que era um aviso de perigo próximo e iminente.

DAR COM OS BURROS N`ÁGUA - A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde alguns dos burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

DE CABO A RABO - Significado: Total conhecedor. Conhecer algo do começo ao fim. Histórico: Durante o período das grandes navegações portuguesas, era comum se dizer total conhecedor de algo, quando se conhecia este algo de "cabo a rabah", ou seja, como de fato conhecer todo o continente africano, da Cidade do Cabo ao Sul, até a cidade de Rabah no Marrocos (rota de circulação total da África com destino às Índias).

DE MEIA-TIGELA - Na linguagem popular, é coisa de pouco valor. A origem da expressão nos leva aos tempos da monarquia portuguesa. Nela, as pessoas que prestavam serviço à Corte – camareiros, pajens, criados em geral – obedeciam a uma hierarquia, com obrigações maiores ou menores, dependendo do posto de cada um. Alimentavam-se no próprio local de trabalho e recebiam quantidade de comida proporcional à importância do serviço prestado. Assim, alguns comiam em tigela inteira, outros em meia-tigela, critério definido pelo Livro da Cozinha del Rey e rigorosamente observado pelo funcionário do palácio, que supervisionava as iguarias que chegavam à mesa real – na verdade, o grande fiscal da comilança palaciana. Hoje, essa prática deixou de existir, mas ficou o sentido figurado da expressão, que continua designando coisas ou pessoas irrelevantes no seu meio social.

DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO - Na antiguidade e na Idade Média, a barba significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje nessa expressão, que significa ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se.

NAVEGAR É PRECISO . . . VIVER NÃO É PRECISO – Muitas pessoas atribuem a frase ao poeta português Fernando Pessoa, que apenas a citou. Na verdade, seu berço é romano. O historiador Plutarco atribuiu esta frase ao general romano Pompeu. Naquela época havia fome em Roma e Pompeu foi encarregado para abastecer a cidade de gêneros alimentícios. Para isso organizou uma frota que foi à África, à Sicília e à Sardenha. No dia do regresso, com os navios carregados de trigo e outros grãos para alimentar a população, começou uma fortíssima tempestade. Os marinheiros, temerosos, quiseram adiar a viagem de retorno. Foi quando Pompeu, sabendo das dificuldades que passavam seus compatriotas, reuniu a marujada apavorada e fez uma histórica apelação, na qual teria dito a famosa expressão. Isso persuadiu a tripulação e a frota levantou âncora. A expressão até hoje é citada em momentos de graves decisões e serve de vigoroso estímulo a medrosos e indecisos.

NÃO É FLOR QUE SE CHEIRE – Por incrível que pareça, há uma flor repulsiva ao olfato. É a flor-cadáver, que apesar de linda, fede. Originária das florestas tropicais da Sumatra, é a flor mais malcheirosa do mundo. Antes de desabrochar, praticamente não tem cheiro, mas quando floresce libera um odor fétido, parecido com um cadáver exposto depois de vários dias. E assim, essa expressão popular lembra a pessoa pouco recomendável, que não merece confiança e, portanto, deve ser evitada.

NÃO ENTENDER PATAVINAS - Os portugueses tinham enorme dificuldade em entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Daí que não entender patavina significa não entender nada.

NECA DE PITIBIRIBAS - O termo neca equivale a nada e vem do latim nec, que significa não. De acordo com o dicionário Houaiss, o termo pitibiriba (ou pitibiribas) é tipicamente brasileiro. Ele quer dizer nada ou coisa alguma. Então foi só juntar os dois termos, apenas para reforçar.

NOVINHO EM FOLHA - De acordo com Flávio Vespasiano Di Giorgi, professor de Lingüística da PUC, a expressão “novinho em folha” surgiu em alusão a livros recém-impressos, que estariam com as folhas limpinhas, sem dobras, riscos ou diferenças na coloração. Eram livros, portanto, “novinhos em folha”.

O QUE É DO HOMEM, O BICHO NÃO COME - A frase quer dizer que as características intrínsecas às pessoas não podem ser modificadas por fatores externos. O “bicho” representa a sociedade, as leis, regras ou até outras pessoas. Segundo o dito popular, não adianta nenhum destes “bichos” lutarem contra os sentimentos e características arraigados em alguém.

O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER – Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade. Parece que a expressão surgiu em 1647, em Nimes, na França, na universidade local. Naquela época, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

OLHOS DE LINCE - Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS - Significado: Lugar longe, distante, inacessível. Histórico: Depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Não sabemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão vem atravessando vinte séculos. Há também muitas expressões com o mesmo significado e o mesmo “personagem”, como “no calcanhar do Judas”, “cafundó do Judas, etc.

OVO DE COLOMBO - Expressão muito conhecida. É aquilo que parece não ser possível fazer, mas se revela muito simples e fácil, depois de feito. Seu berço está no nome de Cristóvão Colombo, o descobridor da América. A historinha, que nem todos conhecem, é a seguinte: de volta à Espanha como herói por haver descoberto o Novo Mundo, foi homenageado pelo cardeal Pedro Gonzalo de Mendonza com um lauto jantar. Nele, um fidalgo, ciumento e despeitado, menosprezou o feito de Colombo, garantindo que qualquer um poderia ter feito a descoberta, pois já era sabido que existiam terras a oeste. A essa crítica, Colombo evidentemente não poderia dar resposta imediata. Optou então por uma brincadeira cheia de significação: tomou um ovo, convidou todos os presentes a pô-lo de pé. Cada um tentou, mas em vão. Aí, Colombo quebrou a casca de uma extremidade do ovo e, pondo-o de pé, demonstrou com simplicidade como era fácil descobrir o caminho do Novo Mundo – depois que alguém já o tivesse feito. . .

PASSAR A MÃO NA (OU PELA) CABEÇA – A expressão parece ter seu berço no costume judaico de abençoar seus filhos ou netos convertidos ao cristianismo (cristãos-novos), passando-lhes a mão pela cabeça e descendo pela face, enquanto se pronuncia uma bênção. É uma convicção de que essa atitude atrai a aprovação de Deus. Atualmente significa perdoar ou acobertar erro ou até crime praticado por um protegido.

PEGAR NO BICO DA CHALEIRA – Expressão ainda usada no Brasil. Significa bajular, incensar, gabar servilmente. Seu berço foi no Rio de Janeiro, então capital federal, a partir da poderosa figura do general José Gomes Pinheiro Machado, senador pelo Rio Grande do Sul, presidente do Partido Republicano Conservador, homem forte do Legislativo brasileiro e por 20 anos, entre 1895 e 1915, eminência parda de muitos governos. Ele, como todo bom gaúcho, mantinha na sala de sua casa uma pequena chaleira com água quente para alimentar sua bomba do chimarrão. Choviam-lhe políticos para obter sua bênção e favores. Todos disputavam o privilégio de segurar a chaleira para o chimarrão que o caudilho tomava, poupando ao senador o trabalho de preparar ou servir sua bebida preferida. Na ânsia de serem os primeiros, seguravam a chaleira por onde melhor calhasse: pelo cabo, pelo bojo e até pelo bico - neste caso, queimando os dedos. Mas que importava? Valia uma dorzinha besta para conseguir vantagens. O hábito acabou gerando o verbo chaleirar, praticado pelo chaleirador, o adulador, puxa-saco, etc.

PEGAR NO BREU – Vem dos tempos em que era comum soltar muitos balões nas festas juninas. A tocha deles era feita de sacos de estopa molhados com parafina de velas derretidas. No centro dessa mecha havia breu, substância escura e inflamável, muito utilizada também na produção de colas, tintas e vernizes. Quando o fogo atingia o centro da mecha, o balão tomava força e subia rapidamente. Dizia-se então que o balão havia pegado no breu (pegado impulso). Atualmente, a expressão designa situação que não pode inverter o rumo nem retornar à etapa anterior.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA - A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PERDER (OU GASTAR) O LATIM – O latim ainda é a língua oficial do Vaticano. Até o século 18, era o idioma da comunicação dos mais letrados. A expressão é comumente utilizada para designar o trabalho improdutivo, a realização de um esforço vão ou um discurso ou apresentação de uma idéia onde ninguém presta atenção ou acredita.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Atender ao telefone ou atender o telefone?







De acordo com alguns dicionários de língua portuguesa, como o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (Objetiva, 2009) e o Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses(Texto Editores, 2007), o verbo atender, no sentido de "responder (a uma chamada)", pode ser transitivo direto, isto é, usado com um complemento direto não introduzido por preposição (ex.: atender o telefone) ou usado como transitivo indireto, isto é, com complemento indireto precedido de preposição (ex.: atender ao telefone), apesar de este corresponder a um uso menos comum deste verbo. 

Assim sendo, nenhuma das expressões que refere está errada, apesar de atender o telefone ser mais usado pelos falantes de português do que atender ao telefone.

A partir de ou apartir de

A forma correta de escrita desta locução é a partir de. Apartir de está errado. Sempre que quisermos referir o ponto de partida de alguma coisa, referir que algo aconteceu de um momento em diante, devemos utilizar a locução a partir de

A partir de é uma locução prepositiva formada pela preposição a, pelo verbo partir e pela preposição de. Uma locução prepositiva é um conjunto de duas ou mais palavras em que a última é uma preposição.

Exemplos:
A partir de agora não falo mais sobre este assunto.
O Acordo Ortográfico entrou em vigor a partir de janeiro de 2009.
Aprenderei piano a partir do ano que vem.

Existem várias locuções prepositivas na língua portuguesa: a fim de, em vez de, abaixo de, ao invés de, através de, à custa de, depois de, a par de, sob pena de, além de, graças a, diante de, …

Atenção!
Podemos utilizar a partir, como a forma do verbo partir no infinitivo impessoal com a preposição a. Porém, esta construção frásica é mais comum no português falado em Portugal, uma vez que no Brasil o gerúndio é a forma mais utilizada.

Exemplos:
Ele está a partir a fruta.
Ele está partindo a fruta.

Podemos verificar estas duas formas de conjugação em todos os verbos existentes.

Exemplos:
A menina está a gostar do bolo.
A menina está gostando do bolo.

Eu fiquei a ver a novela.
Eu fiquei vendo a novela.




terça-feira, 11 de junho de 2013

APRENDIZAGEM E SUAS VICISSITUDES

Nossas práticas pedagógicas devem levar em consideração o aluno como sujeito e perceber que toda a criança, independentemente do país em que vive e da língua que fala, passa por vários estágios na hora de se alfabetizar e constrói esse novo conhecimento passo a passo, num processo evolutivo.
Emília ferreiro, psicóloga Argentina, que estudou com Jean Piaget e hoje mora no México, classifica em estágios esse processo: num primeiro momento a criança só faz rabiscos e garatujas no papel é o nível pré-silábico. No próximo estágio, que Emília batizou de silábico, já aprendeu que é preciso usar as letras, mas emprega uma para cada sílaba. Finalmente, chega o momento de compreender que a escrita é uma representação da fala, é o nível silábico-alfabético. O nível alfabético é quando a criança compreende que existem regras específicas, razão pela qual grafamos "exame" com "x" e "casa" com "s", mas ambas as palavras são pronunciadas com som de "z".
O Fracasso Escolar
Ignorar essas etapas do conhecimento é o primeiro passo para produzir o fracasso escolar. Deve-se levar em consideração, também que para evitar o fracasso escolar há que se trabalhar a leitura e a escrita em sua função social, assim acredita-se, o educador vai efetivamente formar leitores e escritores e não apenas decifradores de letras e palavras, pois essa é a única forma de inserir uma pessoa na sociedade. O significado real desses textos, dentro de um contexto, ajuda o aprendiz o aprendiz a entender para que serve aquilo que está aprendendo. Mas isso só será possível se as práticas pedagógicas tiverem o objetivo de dinamizar as ações educacionais e melhorar as interações entre professor, aluno e objeto de conhecimento.
Como se pode ver, o trabalho e os conteúdos por trás dele são bastante complexos. Esse tipo de trabalho pressupõe um ensino mais determinante, onde exige maior emprego das inteligências e não só da memorização. Esse processo é longo e desgastante e tem-se que buscar na teoria o suporte para seguir em frente. É preciso descobrir uma maneira de envolver o aluno e torná-lo mais autoconfiante. Errando ou acertando, os alunos vão conseguir avançar, cada um no seu ritmo.
Segundo Alicia Fernandes "nós somos um todo relacionado: organismo, corpo, inteligência e desejo. Quando uma parte falhar haverá dificuldade na aprendizagem e para que ela aconteça esses aspectos devem estar conectados."
Para desempenhar bem o papel de professor nesse contexto, a postura frente ao aluno tem que mudar. De dono absoluto do saber, o educador passa a ser intermediário entre o conhecimento acumulado e o interesse e a necessidade do aluno. Mais do que isso, ele se torna o elemento que desencadeia (e sacia) a curiosidade do aluno, ao mesmo tempo em que aprende com ela. O novo educador é um profissional em constante mudança, pronto para transformar em saber as ansiedades do aluno. É o fim da decoreba e das fórmulas prontas.
Segundo Rubem Alves, psicanalista e educador, "nossas escolas dão a faca e o queijo, mas não despertam a curiosidade das crianças".
Esse educador pensa que a educação teria completado sua missão se conseguisse despertar no aluno o prazer de ler. A leitura deve ser uma coisa solta, sem ter que fazer relatório. Ler um texto só para responder a um questionário de compreensão ou realizar um trabalho é uma das inadequações da escola e também uma das formas de exclusão. A grande preocupação de quem educa deve ser o aluno, não a disciplina. E ele deve estar atento ao movimento do pensamento da criança. A primeira tarefa da educação é ensinar a ver, ou seja, o educador é parte de uma tarefa mágica, capaz de encantar crianças e adolescentes, e que é bem diferente de simplesmente dar aula. Dar aula é só dar alguma coisa. Ensinar é muito mais fascinante.
Vergonha Nacional
A repetência é o maior problema da educação brasileira, mas parece que pouco se faz para combatê-la.
A pesquisadora Argentina sara Pain, diz que "se não houver uma forma clara de avaliar o que os alunos aprendem a escola vai fracassar".
A única maneira de fazer o sistema escolar funcionar é graduar o que é ensinado. É a melhor forma de o professor avaliar seus alunos e saber se eles realmente aprenderam.
Quando os alunos não conseguem aprender, quando percebem que esse é um ensino que escapa completamente ao seu controle, transformam essa impotência em violência. É uma questão muito complicada. O discurso da escola é sempre bom, positivo. A imagem que ela passa para essas crianças e adolescentes é de um mundo bom, o mundo do conhecimento. Só que eles não chegam lá e explodem. Esse tipo de violência surge por volta dos 12, 13 anos e atinge seu auge aos 16, 17 anos de idade.
É como se existisse um nó na educação que precisasse ser desatado. A educação precisa crescer com qualidade. A maioria das crianças não está aprendendo, estamos criando analfabetos funcionais em potencial. Através da incapacidade de aprender, explode a violência dentro da escola e surge a exclusão. É preciso que a formação forneça os instrumentos para os docentes solucionarem esses problemas. Para isso, faz-se necessário que a universidade esteja mais próxima das redes de ensino e o professor do universo cultural dos alunos.
A escola brasileira admite internamente um padrão de desigualdade imenso, que se cristaliza nas disparidades de desempenho dos estudantes, como se nada pudesse ser feito.
É chocante saber que mais da metade dos alunos da 4ª série, como demonstram os levantamentos, não possam interpretar um texto adequadamente. Pensamos nesse sentido, que a escola deveria parar tudo e ajudar os alunos com dificuldades, pois, de outro modo, estará ocorrendo apenas um ritual vazio. Em certo sentido, a escola brasileira não tem compromisso com fortes padrões de igualdade.
Inclusão: Utopia ou Realidade?
Crianças com necessidades mentais especiais precisam de atenção especial. Casos essas crianças não tenha, o acompanhamento indicado, dificilmente poderão progredir na escola, havendo o sério risco de ter o quadro agravado. Um professor com 35 alunos, em média, dentro de uma sala de aula de uma escola pública, não tem condições de dar a atenção que essa criança necessita. Incluir crianças que apresentam necessidades físicas é bem menos utópico do que crianças com necessidades mentais. A criança que tem dificuldade de locomoção, por exemplo, é ajudada pelos colegas e tratada como uma criança normal, pois a atividade mental dela está de acordo com a dos colegas.
Valorizar as peculiaridades de cada um, atender a todos na escola, incorporar a diversidade sem nenhum tipo de distinção é um desafio capaz de ser vencido. As diferenças não só devem ser aceitas como acolhidas como subsídio para completar o cenário escolar. Mas, para isso, a escola precisa oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas, adaptar o projeto pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa.
Mudar é difícil e complicado. A maioria dos professores afirmam não estar preparados para isso. A inclusão é um processo cheio de imprevistos e não deve ser feita só para cumprir a lei, admitindo a matrícula desses alunos. Tem de ser consciente. Sempre que a matrícula de um deficiente é solicitada, cabe ao corpo diretivo da escola buscar orientação e suporte das autoridades médicas e educacionais. Do ponto de vista pedagógico, tem que haver uma transformação na escola. Começando por diminuir o número de alunos por turma e o número de turmas por professor, para que ele possa dar a devida atenção a esse aluno. A construção desse modelo implica uma mudança no currículo e na avaliação.
Há que se ter um cuidado especial para cada tipo de deficiência. Na educação inclusiva não se espera que a pessoa com deficiência se adapte à escola, mas que esta se transforme de forma a possibilitar a inserção daquela.
A inclusão de estudantes com deficiência nas classes regulares representa um grande avanço em relação ao movimento de integração que pressupunha algum tipo de treinamento do deficiente para permitir sua participação no processo educativo comum. A inclusão postula uma reestruturação do sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola se torne aberta às diferenças e competente para trabalhar com todos os educandos, sem distinção de raça, classe, gênero ou característica pessoais.
O papel da educação não pode ser confundido apenas com a sua ligação fundamental e intrínseca com o conhecimento e, muito menos, com a pura e simples transmissão de conhecimentos. Educação no mundo globalizado tem função menos lecionadora e mais organizadora de conhecimento. Numa época em que o conhecimento é difundido em muitos espaços de formação, a educação precisa, muito mais, dar sentido ao conhecimento socialmente valorizado, e, numa perspectiva emancipadora, ela se constitui num processo que precisa ser estendido a todos. Portanto, se quisermos que a educação possa contribuir na construção de um outro mundo possível, temos que fazê-la essencialmente inclusiva.
BIBLIOGRAFIA
GENTILI, Pablo (org.). Pedagogia da exclusão: o neoliberalismo e a crise da escola pública.Petrópolis, RJ. Vozes, 1995.
http:/ www.rubemalves.com.br acessado em 10.06.04.
http:/www.novaescola.com.br Entrevista a Gabriel Pillar Grossi em out/93 - acessado em 10.06.04.
MAZZOTA, Marcos. Educação especial no Brasil. São Paulo. Ed. Cortez,2000.
MITLLER, Petter. Educação Inclusiva: Contextos sociais. Ed. Artmed, 2000


Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/aprendizagem-e-suas-vicissitudes/16001/#ixzz34KfRUb4O



texto publicado por Dorisa Luz no site Webartigos.
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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Palavra Estranha


homofonógrafo 

(homo- + fono- + -grafo
adj. s. m.
[Gramática]  Diz-se de ou palavra que, tendo origem diferente, se escreve e se pronuncia da mesma forma que outra (ex.: lima [ferramenta] e lima [fruto] são palavras homofonógrafas). =HOMÓNIMO

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O erro ortográfico na transição entre duas normas ortográficas [Acordo ortográfico]




Durante o período de transição previsto para aplicação do Acordo Ortográfico de 1990, que termina em 2015 (cf. http://blogue.priberam.pt/2010/09/entrada-em-vigor-do-acordo-ortografico.html), o utilizador da língua pode optar por utilizar a nova ortografia ou não, sem que se lhe possa apontar qualquer erro ortográfico relativamente à sua opção (a não ser, por exemplo, a falta de coerência quando misturar as duas ortografias).

No entanto, em contexto escolar, e dependendo das diretrizes do Ministério da Educação (o Acordo Ortográfico de 1990  que começou a ser aplicado no ano letivo de 2009/2010), poderá haver sinalização de erro quando os alunos forem avaliados em relação aos conhecimentos da nova ortografia.

Após o período de transição, e quando houver uma generalização da nova ortografia, a noção geral de erro ortográfico vai abranger formas que atualmente são práticas correntes (ex.: idéia, feiúra), da mesma forma que hoje em dia são considerados erros ortográficos práticas alteradas pelo Acordo Ortográfico aprovado pelo Decreto n.º 35 228, de 8 de Dezembro de 1945 e alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/73, de 6 de Fevereiro de 1973 (ex.: professôr, almôço).


Palavra Estranha

discrepância 

s. f.
1. Diversidade de opiniões.
2. Divergência.
sem discrepânciade comum ou perfeito acordo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Concordâncias com a expressão "por cento"

Qual das formas está correta?
a) Noventa por cento dos professores manifestaram-se. 
b) Noventa por cento dos professores manifestou-se.


Nestes casos em que se trata de um numeral plural (ex.: noventa) e um nome encaixado também plural (professores), a concordância deverá ser feita no plural (ex.:noventa por cento dos professores manifestaram-se), apesar de que há a tendência de alguns falantes para a concordância no singular (ex.: noventa por cento dos professores manifestou-se). Nos casos em que a expressão numeral se encontra no singular, a concordância poderá ser realizada no singular (ex.: um por cento dos professores manifestou-se) ou no plural, com o núcleo nominal encaixado (ex.: um por cento dos professores manifestaram-se). Há, no entanto, casos, em que a alternância desta concordância não é de todo possível, sendo apenas correta a concordância com o núcleo nominal que segue a expressão percentual (ex.: dez por cento do parque ardeu, mas não *dez por cento do parque arderam).

Face a esta problemática, o mais aconselhável será talvez realizar a concordância com o nome que se segue à expressão "por cento", visto que deste modo nunca incorrerá em erro (ex.: noventa por cento dos professores manifestaram-se, um por cento dos professores manifestaram-se, dez por cento da turma reprovou no exame, vinte por cento da floresta ardeu). 



Fonte: Áreas Críticas da Língua Portuguesa(Lisboa, Editorial Caminho, 1995, pp. 484-488) de João Andrade Peres e Telmo Móia;
Moderna Gramática Portuguesa (Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002, p. 566) de Evanildo Bechara.

Palavra Estranha


fânero 
(grego phanerós, -a, -ón, visível, manifesto) 
s. m.
[Antigo]   [Anatomia]  Qualquer produção visível e persistente à superfície da pele, como cabelos, unhas, etc.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Palavra Estranha

estrafalário 

(espanhol estrafalario

adj.
1. Que mostra falta de elegância ou de agilidade.DESAJEITADO

2. Que é esquisito ou pouco convencional.

Curiosidades da Nossa Língua Portuguesa



Quando se quer formar o diminutivo (usando a desinência "-inho") de um substantivo, levamos em consideração também a desinência dessa palavra? Por exemplo, o diminutivo de "problema" será "probleminho...

As formas diminutivas corretas com o sufixo -inho  são: probleminha ou poetinha.



O sufixo diminutivo -inho associa-se ao radical da palavra, mantendo sempre a vogal da forma de base no caso de palavras de tema em -a ou -o (ex.: um carro - um carrinho; uma ajuda - uma ajudinha; um pijama - um pijaminha; uma foto - uma fotinho) e, no caso de palavras de tema em -e ou de tema nulo, substituindo a vogal da forma de base por -ae por -o, consoante os valores de feminino e masculino, respectivamente, da palavra de base (ex.: um bigode - um bigodinho; uma vontade - uma vontadinha; um cordel - um cordelinho; uma flor - uma florinha).

Apesar de à primeira vista parecer semelhante, o sufixo -zinho tem um comportamento diferente na formação de diminutivos, pois associa-se a palavras (e não a radicais), mantendo a vogal temática de acordo com o gênero da palavra de base (ex.: um livro - um livrozinho; uma ajuda - uma ajudazinha; um pijama - um pijamazinho; uma foto - umafotozinha; um bigode - um bigodezinho; uma vontade - uma vontadezinha; um cordel - um cordelzinho; uma flor - uma florzinha).

O que foi dito acima para os sufixos -inho e -zinho é válido também para os sufixos -ito e -zito.