sábado, 26 de fevereiro de 2011
O certo é "Eles não assistiram ao filme", "Eu assisti à missa", " O filme a que eu assisti era nacional"...
Por quê?
Porque o verbo assisitir, significando "ver", "presenciar", sempre pede objeto indireto, antecedido pela preposição "a".
Sem a preposição, porém, esse verbo muda de sentido, ou seja, passa a significar "dar assistência".
Ex.: O governo deve assistir o menor abandonado.
Afinal, como e é que se escreve?
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
A Presidente ou a Presidenta, qual é o certo?

Com a eleição de uma mulher para ocupar o cargo de maior responsabilidade do Brasil – a Presidência da República, surge a dúvida: como denominar a pessoa que ocupa tão importante cargo, a Presidente ou a Presidenta?
Partindo da etimologia da palavra, esse termo tem origem no latim “praesidentis” – particípio presente do verbo “praesidere” (tomar assento à frente). Assim sendo, essa palavra é invariável desde a origem.
Em Português existe o particípio ativo (ou particípio presente) como derivativo verbal. Por exemplo: o particípio ativo do verbo “atacar” é “atacante”; o de “existir” é “existente”... Portanto, quando queremos nomear alguém com competência para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos –ante, -ente ou –inte. A noção indicada pela terminação “-nte” é a de “agente”: gerente é quem gere, presidente é quem preside, dirigente é quem dirige e assim por diante.
Normalmente essas palavras têm forma fixa, isto é, são iguais para o masculino e para o feminino; o que muda é o artigo (o/a gerente, o/a estudante, o/a adolescente).
Nossa Língua não é estática. Ela se transforma conforme o uso. Sendo assim, não podemos dizer que a expressão “a presidenta” está errada, já que foi incorporada pelos mais conceituados dicionários da Língua Portuguesa. O avanço dos estudos das línguas tem consolidado uma sentença: a sonoridade, a compreensão e a beleza rítmica da palavra se sobrepõem, quase sempre, à sua característica gramatical.
Então, cabe a nós brasileiros, fazermos a escolha, mas “presidenta” é menos comum e deixa a sonoridade pesada.
Prefiro continuar utilizando o termo unissex precedido pelo artigo: “a presidente”, por achar mais elegante e mais simples.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
A Linguagem Padrão na Educação Básica

Atualmente, vive-se uma verdadeira conjuntura de incertezas dos padrões na cultura e na ciência. Surge um novo modo de compreender o mundo, as pessoas e, logicamente, uma nova maneira de "conhecer" está adquirindo forma. Esse novo modo de conhecimento está sendo chamado de ciência pós- moderna.
Se existe um novo modo de conhecer, o ensino da Língua Portuguesa também tem que ser pensado diante desse novo enfoque. O que causa preocupação é a maneira como se ensina a Língua Portuguesa na Educação Básica, a obsessão gramaticalista, a distorcida visão de que ensinar uma língua seja ensinar a escrever "certo", o esquecimento a que se relega à prática da língua, e mais que tudo, a postura opressora e repressora, alienada e alienante desse ensino.
Urge, portanto, a mudança no ensino da Língua Portuguesa, passando de uma postura normativa, purista e alienada para uma visão do aluno como alguém que já sabe a sua língua, pois a maneja com naturalidade muito antes de ir à escola e, apenas necessita, aperfeiçoar-se nesse campo, aprender a ler e escrever, ser exposto a diversos modelos de língua escrita e oral e fazer tudo isso com prazer e segurança, num ensino no mais íntimo terreno da vida humana, que é a linguagem, onde estruturamos o mundo em nosso interior e nos ligamos a ele.
A educação está na pauta das discussões mundiais. Em diferentes lugares do mundo discute-se cada vez mais o papel essencial que ela desempenha no desenvolvimento das pessoas e sociedades.
Se o ensino da língua materna está fracassando, faz-se necessário repensá-lo e transformar as ações diante deste pressuposto. O que se percebe ainda em aulas de língua portuguesa é o ensino da gramática normativa, um ensino que reduz a língua a uma variedade lingüística de forma mecânica e reprodutora. Se há fracasso, evidentemente, que esta não é a melhor maneira, nem o melhor caminho a ser seguido.
Nesse contexto, não é permitido ao educador levar os estudantes a engolir um conhecimento da língua bem "empacotado", pouco significativo para eles. Sendo assim, o educador deverá oferecer instrumentos e condições que ajude o aluno à "aprender a aprender". Uma educação que o ajude a formular hipóteses, construir caminhos, tomar decisões, tanto no plano individual como coletivo.
O educador deve perceber que o objetivo maior do ensino da Língua Portuguesa não é o aluno conhecer ou saber todas as regras gramaticais, mas fazê-lo aprender as maneiras de pesquisar e de refletir, utilizando métodos de percepção que possa aplicar sozinho.
Para o paradigma emergente educacional infere-se que o ensino da linguagem padrão contemporânea deva basear-se na prática da leitura. A leitura é um processo de aprendizagem da língua padrão.O leitor não é passivo, mas agente, porque busca significações, e a partir destes, constrói para si novos entendimentos. A leitura é enriquecedora, através dela se conhece a força das palavras, ela nos ajuda a pensar, refletir e ver o mundo com outro olhar. Não um olhar ingênuo, mas questionador de quem quer buscar e descobrir.
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